ETERNAMENTE

Amei-te em linhas coloridas

Num jardim florido te amei

Fantasias quase vividas

Nos sonhos que sonhei

Amo-te em versos rimados

Na alma concebidos

Na pele revelados

No desejo concedido

Amar-te-ei em flores sem espinhos

Desejos e sonhos realizando

No arrepiar da pele, teu caminho

Eternamente, morrerei te amando

ÚLTIMOS VERSOS DE SAUDADE

Escrevo-te só mais este poema

Falando desta saudade, o tema...

Tua volta, minha alegria, é certa

Meu coração deixou-te a porta aberta!

Sei que tu sentes também saudade;

Nossos desejos em cumplicidade

Juntando pedaços dessas lembranças,

Cada vez mais cresce nossa esperança

De agora em diante só quero escrever

Sobre a alegria de ver renascer,

Como fênix, nossa felicidade!

Quando, ao fim, aportares em meu cais

Ondas levarão pra sempre meus os ais

Almas completas, juntas de verdade!

DESENCONTRO

DESENCONTRO

Quantas nuvens ainda a escalar
Quantos vôos eu ainda vou alçar
Até que entendas, enfim, o que eu falo,
Amar-te é dessa vida o meu regalo

Quantos caminhos ainda vou seguir
Para não ser mais triste o meu sentir
Vendo-te nas asas do tempo entrar
No mundo que criei só pra te amar

São brancas as linhas do pensamento
Viajam assim ao sabor dos ventos
Para nalgum lugar para te beijar

Na viagem de volta para a razão
Batendo de frente com o coração
Sofre e chora por já não te encontrar

ESPERA-ME

Espera-me com versos!

Inventa palavras para me falar aos ouvidos,

A pele escuta e responde em arrepios.

Deita-te em nuvens forradas de algodão,

Afofa um cantinho do seu lado

Espera-me com paixao,

Cala-me o sofrer desse meu fado

Em notas tristes  do passado

Espera-me com o carinho de tuas mãos

A tatear-me o corpo todo

Escalando encostas

Descortinando mitos de grutas inexploradas,

Enche-me com o vazio de regras e senões

Dá-me o gosto de tuas seduções

Do vento das vontades que se escondem

Atrás das montanhas, meus montes

Toca sua extensão ericando –lhes o desejo,

Colha-me nos labios mil beijos!

Entrega-me teus versos, não mais espera,

Acalma-me a fera!

RETICÊNCIAS

Vai antes que eu desista da poesia…

Que meus versos sejam amordaçados pela tua demora em ir.

Sei que se não fores não voltas.

Prefiro degustar no amanhã tua volta

A segurar-te em minhas poesias sedutoras.

Quero acasalar nossas rimas e prosas

Nos gemidos de minha cama poética,

Quero esperar-te perfumada de alfazema

Para usar-te como meu tema!

Assim explico minhas reticências, 

Da poesia, minha quase desistência...

Café da Manhã

Somos o amanhecer a sorver o vício,

Bocas que em fervor refazem o gosto...

O leito se faz mesa

Desse aconchego de almas.

Mãos que buscam peles...

Aromas quentes de amor,

Um beijo  que nos acalma,         

O sol se atreve pelas frestas

Tentando acender o dia...

É meu deleite em teus lábios,

O gosto de amor nessa manhã

É ouvir dos anjos o canto.

Peças que se encaixam perfeitamente

São corpos lado a lado, ternamente

Envolvidos em cetins

Somando sabor ao nosso café

Nessa manhã de amor, quase fé...

NOVO SOL

Tem dias que amanhece assim, sem cor
Desbotado o céu e sem claridade
Solidão é culpa, sem seu amor

O ar que respiro é minha saudade

Remindo esse dia nada mais resta
Não posso fugir, não sou demente
Sigo, a vida pode até não ser festa
Vale a pena ainda seguir em frente

Outro dia chegará com certeza
Com novo matiz e muita beleza
Sol a iluminar o meu coração

Ainda o verei sair do passado,
No presente meu e em mim aportado,
Fazer calar a voz da solidão.